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ENCONTROS NA FEIRA: Quem mais colocou a literatura na cesta básica?

Relato do grupo Caixa de Imagens

Quando recebemos um convite de amigos-colegas para nos apresentarmos em seus espaços de trabalho, ficamos muito contentes, pois isto significa para nós reconhecimento acolhedor. Imediatamente então, nos colocamos diante de nosso repertório e efetuamos a escolha de um dos nossos espetáculos: “Milhor”, performance criada a partir do livro Macunaíma de Mário de Andrade. Ensaiamos. Chega o dia. Começamos a nos preparar. Vem certa apreensão. Como será este partilhar? Desta maneira, utilizamos este preparar, desde o checar tudo o que devemos levar até o próprio deslocamento, como forma-técnica de concentração. Chegamos. O encontro se faz. Alegria. Apreensão. Aconchego. Com os amigos-colegas do Circo de Trapo optamos por nos vestir, nos maquiar e nos aquecer em sua sede, sozinhos. Assim, já prontos, descemos ao encontro de sua biblioteca. Rostos, gestos, alguns cumprimentos e sorrisos durante este caminhar. E carregando dentro de nós uma tamanha curiosidade: como será este espaço-biblioteca? Avistamos a feira. Nossos olhos procuravam ansiosos os rostos dos amigos. Pois foi, entre as árvores, na praça ao lado da feira, que os encontramos. Muitos livros espalhados, organizados, algumas crianças, alguns adultos, gente vindo perguntar, vindo entregar livros, pegar outros. E nós lá, como se fossemos um dos livros de Mário de Andrade chegando. Logo começamos a nos apresentar, atendendo aos olhares ansiosos em nos conhecer. E assim fomos “márioandradinando, márioandradinando, andradinando, ando, ando. E suas palavras, foram encontrando ecos nos pequenos grupos que iam se formando para nos assistir.

Ora grupos que vinham certeiros ao nosso encontro, ora grupos que se formavam pelo próprio estar ali no momento, ora grupos que se formavam pelo boca a boca. Obrigado amigos-colegas do Circo de Trapo por este convite.

Obrigado por nos proporcionarem este encontro com vocês, com seu público e espaço. Obrigado por serem capazes de, através de seu trabalho, dar voz a tantos escritores. Com certeza todos eles lhes aplaudem e ficam ali deitados sob os galhos e ramos das árvores que toda 4ª.feira lhes proporcionam sombra e frescor. Ficam ali esperando que seus livros sejam abertos. O Mário está lá. E achamos até que ele já tem uma rede na qual se balança: “Ai, que preguiça!”.

Grupo Caixa de Imagens completa, em 2013, 19 anos de carreira. No repertório estão mais de 30 espetáculos, 10 editais de política cultural pública nos âmbitos federal (Caravana Sul Sudeste 2005, Prêmio Myriam Muniz 2007, Procultura 2010), estadual (PAC 2007, ProAC 2008) e municipal (Fomento ao Teatro edições 3, 6, 13, 16 e 22), mostras e projetos sociais realizados que resultam de uma carreira nacional e internacional.

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